Poemas do Goethe
Meu primeiro contato com Goethe foi, se me lembro bem, no Ensino Médio, quando peguei na biblioteca da escola o fofo (rs) do Os Sofrimentos do Jovem Werther. A memória me falha agora, pois não sei se terminei de lê-lo ou não, nem se eu gostei. O que não esqueci é que esse livro causou uma onda de suicídios na época, até porque não tem como esquecer um fato desses sobre um livro. Deve ser provavelmente o motivo pelo qual quis lê-lo. Depois disso, já na faculdade, li alguns trechos do Fausto I (porque o Fausto II é insuportável) na disciplina de Literatura Ocidental e é magistral! Inclusive quero muito comprar logo os dois volumes bilíngues lançados pela Editora 34!
Uma foto clássica do autor alemão nessa pose maravilhosa!
Nesse último semestre de 2014, li vários poemas do Goethe e me apaixonei pelo lado lírico dele. Sério, ele era um gênio! Os poemas são sensacionais! E quero muito ser um Goethe quando eu crescer. Escolhi dois poemas pra compartilhar aqui, mas estão em alemão. Talvez há traduções mais literais deles em inglês na internet, mas já adianto que não é a mesma coisa, principalmente por causa das rimas e da métrica que são muitas vezes totalmente regulares nos poemas do Goethe. E essa regularidade genial é o que faz tais poemas serem quase intraduzíveis. Pra quem sabe alemão, é obrigatório vocês lerem esses dois poemas: são lindos!!! Pra quem não sabe, sou professor de alemão, quem tiver interesse, manifeste-se que entrarei em contato para agendarmos as aulas.
Um Mitternacht
Um Mitternacht ging ich, nicht eben gerne,
Klein, kleiner Knabe, jenen Friedhof hin
Zu Vaters Haus, des Pfarrers; Stern am Sterne
Sie leuchteten doch alle gar zu schön;
Um Mitternacht.
Wenn ich dann ferner in des Lebens Weite
Zur Liebsten mußte, mußte, weil sie zog,
Gestirn und Nordschein über mir im Streite,
Ich gehend, kommend Seligkeiten sog;
Um Mitternacht.
Bis dann zuletzt des vollen Mondes Helle
So klar und deutlich mir ins Finstre drang,
Auch der Gedanke willig, sinnig, schnelle
Sich ums Vergangne wie ums Künftige schlang;
Um Mitternacht.
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Der König von Thule
Es war ein König in Thule,
Gar treu bis an das Grab,
Dem sterbend seine Buhle
einen goldnen Becher gab.
Es ging ihm nichts darüber,
Er leert' ihn jeden Schmaus;
Die Augen gingen ihm über,
So oft er trank daraus.
Und als er kam zu sterben,
Zählt' er seine Städt' im Reich,
Gönnt' alles seinen Erben,
Den Becher nicht zugleich.
Er saß beim Königsmahle,
Die Ritter um ihn her,
Auf hohem Vätersaale,
Dort auf dem Schloß am Meer.
Dort stand der alte Zecher,
Trank letzte Lebensglut,
Und warf den heiligen Becher
Hinunter in die Flut.
Er sah ihn stürzen, trinken
Und sinken tief ins Meer,
die Augen täten ihm sinken,
Trank nie einen Tropfen mehr.
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