Especial #1: Drácula

Peguem os crucifixos e os alhos e leiam nosso primeiro especial!

"Ele não projeta nenhuma sombra, não tem reflexo no espelho. Ele tem a força de muitos homens. Ele pode se transformar em lobo. Pode ser um morcego. Ele pode ver na escuridão. Ele pode fazer todas essas coisas, embora não seja livre. Não, ele é até mais prisioneiro do que o escravo  nas galés, ou do que o louco em sua cela."

Nos últimos anos ocorreu o boom das histórias de vampiros na literatura, principalmente por causa da série Crepúsculo e outras histórias do gênero YA (Young adult). Contudo a visão de vampiro trazida por esses autores sofreu algumas mudanças, que talvez não agradem os fãs desse ser mitológico. Não é minha intenção discutir aqui sobre a qualidade de tais livros, mas se deve reconhecer que muitas dessas séries incentiveram jovens do mundo todo a lerem mais.

Um dos vampiros mais famosos da literatura mundial é o Conde Drácula, personagem criado pelo irlandês Bram Stoker. Já que no dia 31 de outubro era o dia das bruxas, resolvi ler este clássico romance de horror. A edição que eu li foi a da Editora Landmark, que é bilíngue e apresenta também o primeiro capítulo inédito, chamado O Convidado de Drácula. Para quem não o conhece, vale muito a pena lê-lo. É curto, porém serve como uma ótima introdução à história.



Para quem não sabe, o livro é epistolar, ou seja, é estruturado por cartas, diários, notícias de jornal etc. Inicia-se com uma entrada de diário no dia 3 de maio e encerra-se no dia 1º de novembro.  A história começa com Jonathan Harker indo visitar o Conde Drácula em seu castelo, localizado na Transilvânia, para fechar um negócio. Lá, Harker começa a perceber hábitos curiosos e assustadores do anfitrião. Após dar-se conta de que está aprisionado no castelo, ele tenta encontrar alguma saída e consegue fugir. Enquanto isso, na Inglaterra, a personagem Lucy sofre de sonambulismo e em uma noite sai de casa, quando é atacada por Drácula. Vejam uma pequena descrição da vampira Lucy:

"[...] os olhos pareciam lançar faíscas do fogo do inferno, as sobrancelhas estavam enrugadas, como se as dobras de carne fossem as espirais das cobras de Medusa, e a boca adorável, manchada de sangue, tornou-se um esgar quadrado, aberto, como as máscaras teatrais dos gregos e japoneses. Se algum rosto já significaram morte, se um olhar já fora capaz de matar, eu os vi naquele momento."

Você não vai querer largar o livro, principalmente nos últimos capítulos, nos quais ocorre a caça ao Conde Drácula. Não vou contar mais detalhes do enredo para não estragar a leitura de vocês, mas vale muito a pena, principalmente para quem gosta de romances góticos. Cada um dos personagens tem características bem marcadas e construídas. Recomendo aos que tem um bom domínio da língua inglesa, a lerem o livro no original, não é muito difícil e uma boa prática de leitura.


Acabei encontrando por acaso essa HQ baseada na história do Drácula e resolvi lê-la também. Não leio muitas histórias em quadrinhos, portanto não sou a pessoa ideal para comentar sobre elas, porém posso dizer que o traça é bem bonito, assim como as cores. Claro que muitas (!) partes do romance foram deixadas de lado, o que empobrece um pouco a HQ, porém ela traz informações biográficas sobre Stoker e também um texto entitulado Drácula Revisitado, no qual se comenta sobre as adaptações fílmicas de Drácula, entre elas, o clássico de 1922, Nosferatu.

Dirigido pelo alemão F. W. Murnau, o filme expressionista é considerado uma obra-prima do cinema. A trilha sonora é excelente e essencial, visto que o filme é mudo e talvez não agrade a um público recente. O que mais gostei foi da atuação espetacular de Max Shrek, como o Conde Orlok. Pessoalmente, gostei do filme, mas não é o tipo que me atrai muito. Entretando reconheço a sua importância na história do cinema e recomendo para todos os cinéfilos. Para os amantes de série, estreou em 2013 uma série homônima ao livro. Ainda não a assisti, mas fica dica aos interessados.

Abaixo deixo um vídeo do maravilhoso blog/canal literário Tiny Little Things da Tati Feltrin, no qual ela fala suas impressões sobre este clássico.



Por este post, creio que se pode perceber a influência da obra de Stoker desde que foi lançada e espero que tenha despertado em vocês a vontade de conhecer essa incrível história.

Continuem com o crucifixo na mão e leia Drácula!

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