Versos de Leminski

Volta e meia vejo por acaso um poema do Lemnski na internet e paro o que estou fazendo para lê-lo e até hoje ainda não li um poema ruim. Toda vez que vou à livraria, abro e folheio o Toda Poesia dele, mas até hoje ainda não comprei uma cópia... mas logo, logo isso muda. Está na lista de próximas compras, já que quero ler mais poesia. Numa aula estávamos comentando sobre o quão pouco o mundo lê poesia, deveríamos ler bem mais. Quero começar um desafio de ler uma poesia por dia, vamos ver se consigo... e mesmo se não conseguir, sei que o desafio vai me fazer ler mais de qualquer jeito. Aqui abaixo escolhi dois poemas do Leminski, vale a pena ler!

M. de memória

Os livros sabem de cor
milhares de poemas.
Que memória!
Lembrar, assim, vale a pena.
Vale a pena o desperdício,
Ulisses voltou de Tróia,
assim como Dante disse,
o céu não vale uma história.
um dia, o diabo veio
seduzir um doutor Fausto.
Byron era verdadeiro.
Fernando, pessoa, era falso.
Mallarmé era tão pálido,
mais parecia uma página.
Rimbaud se mandou pra África,
Hemingway de miragens.
Os livros sabem de tudo.
Já sabem deste dilema.
Só não sabem que, no fundo,
ler não passa de uma lenda.

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A lua no cinema

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!

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