Poemas de As Mil e Uma Noites

Em 2012 numa disciplina de literatura ocidental lemos as primeiras trinta noites e discutimos sobre a incrível história de Sherazade que se encontra no Livro das Mil e Uma Noites. Recentemente decidi adquirir a caixa contendo a obra completa traduzida pela primeira vez do árabe pelo incrível Mamede Mustafa Jarouche em quatro volumes. Eu acho sensacional essa ideia de que a narração de histórias pode salvar vidas! Mas o que vim trazer nesse post são alguns poemas dos vários que aparecem no meio das histórias contadas pela personagem principal. Espero que gostem!

"O tempo é composto de dois dias, um seguro, outro
                                                               [ameaçador
e a vida é composta de duas partes, uma pura, outra turva.
Pergunte a quem urdiu as idas e vindas do tempo:
será que o tempo só maltrata a quem tem importância?
Acaso não se vê que a ventania, ao formar as tempestades,
não atinge senão as árvores de altas copas?
De tantas plantas verdes e secas existentes sobre a terra,
somente se apedrejam aquelas que têm frutos;
nos céus existem incontáveis estrelas,
mas em eclipse, só entram o sol e a lua.
Pois é, você pensa bem dos dias quando tudo vai bem,
e não teme as reviravoltas que o destino reserva;
nas noites você passa bem, e com elas se ilude,
mas no sossego da noite é que sucede a torpeza".

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"O dia do triunfo será quando a mim vos achegardes,
e o da morte, quando de mim vos afastardes.
posso até dormir com sustos e ameaças de morrer,
mas estar convosco é para mim melhor do que viver".

"Mesmo se eu acordasse com todas as riquezas,
e possuísse o mundo e o reino dos persas,
tudo isso para mim não valerá uma asa de inseto
se meus olhos não contemplarem a tua figura".

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"O destino me deixou maltratado,
destino que é tão poderoso e violento:
antes eu caminhava sem me cansar,
mas agora me canso sem caminhas".

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